Nossa História

O Grupo de Trabalho instituído pela Reitoria para elaboração da Política de Sustentabilidade da UFRJ surge da confluência de conhecimentos e saberes de servidores que trabalham com a temática na Universidade. A partir de uma reunião ampliada com diversos especialistas da temática, em outubro de 2023, a Reitoria instituiu um grupo reduzido, que, em permanente diálogo com o grupo ampliado e toda a comunidade universitária, concebeu a Política de Sustentabilidade e Educação Regenerativa da UFRJ.  

O grupo estabeleceu um cronograma de reuniões para debater princípios, eixos e estrutura para a Política. Das reuniões e oficinas participativas, resultou a criação da marca SER (Sustentabilidade e Educação Regenerativa), trazendo a educação para o centro da gestão ambiental universitária, o que sintetiza a necessidade de pensar a sustentabilidade para o futuro da sociedade contemporânea.  

Como foi?

O grupo foi convidado para participar de uma técnica de diagnóstico rápido participativo, conduzida pela profa. Laísa Freire, do Departamento de Ecologia, Laboratório de Limnologia – IB. Cada integrante foi solicitado a escrever sobre quais seriam os objetivos e os princípios da sustentabilidade, utilizando uma palavra, expressão e/ou conceito para definir cada um. As  palavras/expressões foram compartilhadas com o auxílio de recursos visuais, formando um mapa mental diverso com possibilidades de agrupamentos. Desta atividade surgiram os conceitos e princípios do texto da Política.

Como parte de um seguinte passo da construção coletiva da política, o designer e artista Guto Nóbrega, vice-decano do Centro de Letras e Artes (CLA/UFRJ), solicitou que a equipe realizasse um trabalho de escolha de expressões vinculadas à sustentabilidade, alinhando as propostas aos objetivos e princípios construídos participativamente. Após essa etapa, recorreu à Inteligência Artificial (IA) para fazer uma análise combinatória das palavras e propor novas frases. Segundo ele, por mais que IA seja poderosa em sua função de processamento, falta-lhe a capacidade perceptiva, semântica, sensível e própria dos seres humanos. No entanto, as diversas frases sugeridas pela ferramenta serviram de base para um trabalho seletivo e combinatório feito por ele.


O resultado foi sendo apresentado ao grupo reduzido, chamado de “GT reduzido”, responsável pela construção da Política de Sustentabilidade da UFRJ. Esse grupo é composto por Francisco Esteves, professor titular do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem/UFRJ) e coordenador do grupo; Thiago Gomes de Lima, professor do Instituto Politécnico do Centro Multidisciplinar da UFRJ; Laísa Freire, professora do Instituto de Biologia; Bettina Susanne Hoffmann, professora da Escola de Química; Fátima Bruno, superintendente-geral de Planejamento Institucional da PR-3; Andréa Borde, professora da Prourb/FAU; Marcelo Côrtes, professor do Colégio de Aplicação da UFRJ (CAp/UFRJ);e pelo vice-decano do CLA, Guto Nóbrega. O grupo foi unânime em concordar com a adoção do slogan Conectando Saberes para um Futuro Sustentável.

Naming

O segundo desafio foi criar o nome SER, que é um acrônimo referente às palavras Sustentabilidade e Educação Regenerativa. Guto conta que sua maior preocupação, durante todo o processo, foi combinar palavras que gerassem uma sigla com sentido próprio, já que muitas vezes uma sigla pode não apresentar significado algum. 

“Trata-se de pensar a educação como base para a solução de um problema que demanda todo manancial de pesquisa, ensino e extensão. O conceito de regeneração também vem a somar em nossa política, pois trata-se, segundo informa a literatura no campo da sustentabilidade, de uma reorientação aos ciclos da vida no planeta. Regenerar envolve nossa capacidade de recuperar a terra, os alimentos, mas sobretudo a nós mesmos, diminuindo assim nosso impacto sobre a Terra”.

 Foram inúmeras tentativas até chegar a uma marca que atendesse ao propósito da política. Mas, quando Guto percebeu que as letras iniciais das palavras sustentabilidade, educação e regenerativa constituíam a sigla SER, não teve dúvidas de que estava diante de um “conceito emergente, fruto de um processo sólido e integrado com seu propósito”, nas palavras dele. 

A marca SER/UFRJ e seu processo de construção foram apresentados e assimilados, inicialmente, pelo GT reduzido, responsável pela construção da política de sustentabilidade da UFRJ, e em seguida ao GT ampliado, que recebeu a proposta de forma positiva.

Guto conta que, quando foi indicado pelo Centro de Letras e Artes (CLA) para fazer parte do GT, considerou uma oportunidade única de colaborar com a construção da política de sustentabilidade da UFRJ. “Grande parte dos problemas neste campo tão importante, senão vital, para nossa existência no planeta passa pelas relações afetivas e sensíveis, próprias do domínio da arte, de forma a ressignificar nosso lugar no mundo de maneira integrativa e dialógica. Nesse sentido, as ações fundamentais a serem efetuadas envolvem, a meu ver, um processo de reeducação sobre nossa relação com a natureza e formas de regeneração que nos permitam perpetuar a vida. Trata-se de um processo altamente criativo, o qual lida com a revisão de paradigmas, mudança comportamental e uma visão orgânica, integrativa”, disse.

Identidade visual

Escolhidos a marca SER/UFRJ e o lema “Conectando Saberes para um Futuro Sustentável”,iniciou-se o processo de criação da identidade visual. Guto tinha em mente a ideia de um símbolo que, associado ao SER, entregasse de forma simples e objetiva uma imagem ligada aos contextos de atividade intelectual, natureza e tecnologia. 

Surgiu, então, a proposta de uma árvore de conhecimento formada pelos dois hemisférios cerebrais, à maneira de uma copa, interligada às raízes, por meio de seu tronco, desenhadas à semelhança de um circuito eletrônico. Como resultado, uma imagem que interconecta terra e céu, mente e natureza, tecnologia e verde, educação e criatividade. São ideias integrativas que sinalizam a necessidade de diálogo entre partes que precisam trabalhar juntas para o fortalecimento de ações e objetivos comuns, que reiteraram um modo de vida sustentável e regenerativo. 

Durante o processo de criação, Guto recebeu a assessoria de Irene Peixoto, professora do curso de Comunicação Visual e Design da Escola de Belas Artes, e da discente de design Renata Novoa, pesquisadora do laboratório NANO-Núcleo de Arte e Novos Organismos/EBA/UFRJ.

Apresentações nos centros